"- Quer o meu tenente-coronel dizer que a revolução foi isto?, espantou-se o soldado. Quer dizer que a revolução eram os trutas a engolirem-se uns aos outros, à bulha, a ver quem se amanhava melhor?Qualquer semelhança, não é mera coincidência.
Não propriamente a revolução, pensou ele, mas os bastidores, os camarins do golpe, os coronéis, os brigadeiros e os generais de que os capitães se socorreram, a partir de determinada altura, a fim de legitimar a origem bastarda da democracia, a fim de tranquilizar a inquietação dos capitalistas, dos empresários, dos emigrantes e amansar os Estados Unidos e a Europa, assegurando-lhes que não haveria Cubas na península, barbudos tipos cataclísmicos, de farda de cotim, a fumarem charuto e a plantarem por toda a parte cana-de-açúcar e bustos de Lenine."
quinta-feira, 17 de setembro de 2009
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Lobo Antunes, em Fado Alexandrino, sobre a Revolução dos Cravos:
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