domingo, 14 de setembro de 2008

Cade em números

Nos primórdios da internet, quando, por exemplo, os monitores eram de uma coisa que chamávamos de "fósforo verde", era um suplício tentar obter na rede alguma informação de órgão público brasileiro e era uma vergonha nossa situação quando comparada à dos Estados Unidos, por exemplo. Mas os tempos são outros.



Embalado por aquela lembrança e por essa esperança, estava em visita à página do Cade, quando vi o link: Cade em Números. Entrei e passei a me deleitar com a fartura de informações.

Diletantismo à parte, fiquei matutando sobre o gráfico que reproduzi acima: se a fila dos processos administrativos que entram na pauta para julgamento fosse organizada em cronológica, a relativa igualdade número de processos distribuídos e de julgados ao longo do período tenderia a fazer com que o tempo médio de tramitação dos processos não tivesse tido redução tão significativa, como em 2006.

Fiquei curioso e fui verificar no Relatório Anual do Cade, também disponível em pdf no site. O gráfico (em versão mais antiga, pois o relatório é de 2007) é diferente:



Não há dúvida que houve um erro. Pelo que entendi, o gráfico qeu consta do "Cade em Números" misturou mediana e média ao longo do período como medidas do tempo de tramitação dos processos. O gráfico correto é o acima, que mostra a mesma medida do tempo de tramitação (média - em número de dias - dos julgados no ano) .

Ficam dois comentários.

O primeiro: é inevitável que haja erros, o que não nos impede de louvar o esforço de dar publicidade às informações como essas.

O segundo, esse sim mais importante: em 8 anos (de 2000 a 2007) não houve redução do tempo de instrução dos processos e, como no período foram distribuídos 300 processos e foram julgados 299, também não houve uma "baixa do estoque" (não consegui localizar essa informação: qual o estoque?).

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