Em julho já havia comentado o assunto. Volto a ele em razão de reportagem de Daniela D'Ambrosio, publicada hoje no Valor Econômico ("Cerveja em PET é alvo de polêmica no Brasil").
Duas empresas estão comercializando cerveja embalada em PET (a mesma embalagem dos refrigerantes), mas o fazem amparadas por liminares que autorizam a venda. Discute-se na justiça os impactos ambientais decorrentes da eventual difusão desse tipo de embalagem, que é reciclável, mas que tem menor índice de reaproveitamento, por ter menor preço que o alumínio, por exemplo.
A reportagem, por outro lado, esclarece: "Embora a InBev tenha uma das mais modernas tecnologias para envase de cerveja em PET fora do Brasil, a sua principal subsidiária, a AmBev, é contra a adoção da embalagem no país. Além da questão ambiental, enfatizada pela empresa, há o temor de repetir nas cervejas o que aconteceu com o setor de refrigerantes, que teve de enfrentar o crescimento das 'tubaínas'. O PET foi um divisor de águas no mercado de refrigerantes e democratizou o setor, abrindo espaço para inúmeras pequenas marcas. O processo de envase é mais barato e exige baixos investimentos nas linhas."
Embora o conceito seja estranho às questões de natureza ambiental, talvez fosse interessante pensar a polêmica em termos de "efeito líquido sobre o bem-estar" dos consumidores e da população em geral: se pode haver um ônus ambiental pela difusão dessa embalagem, ele deve ser comparado com eventuais ganhos decorrentes do acirramento da competição no mercado de cervejas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Faça seu comentário. Anônimo ou não.