Deixando de lado o maracujá (calmantes mais potentes, por favor!), pergunto: nós pagaremos a conta pelo avião reserva? Responde a Anac (O Globo, 04/01/2007): "Não necessariamente ... Na relação custo-benefício o que é melhor para a empresa? Arcar com este custo maior (aeronave no solo) ou enfrentar ações dos clientes, que têm valores altos, ou perder seus clientes?"
A aviação é um caso complicadíssimo, pois sujeita ao mesmo tempo à regulação e à concorrência (não é um monopólio natural).
Milton Zuannazzi, presidente da agência (O Globo, 04/01/2007), trouxe as seguintes informações: em 2001, os aviões da Tam voavam em média 10,8 horas por dia; em 2006, após o ingresso da Gol e a introdução do conceito de baixo custo no Brasil, o tempo médio de uso da frota da Tam e da Gol foi de 12,6 e 13 horas, respectivamente.
As empresas decidiram privadamente ser mais eficientes no uso de suas aeronaves. Por que seria diferente sobre ter aviões reserva ou arcar com os ônus mencionados pela Anac? A concorrência não levaria ao resultado mais eficiente?
Além disso, fico imaginando a portaria com seus 80 e tantos artigos: o número de aviões em reserva será proporcional ao tamanho da frota, mas deverá ser ponderado pela idade média dos aviões e contemplar um fator de correção determinado pelo tempo médio de vôo, número de escalas por rota, passando ou não por Congonhas etc. etc. etc.
Concluo com os ensinamentos de Laffont e Tirole:
"Many economists favor competition more because they fear abuse of its control by regulators than because of its intrinsic virtues."
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Faça seu comentário. Anônimo ou não.