Muito oportuno o artigo de Karina Perossi (publicado ontem no Valor Econômico), que analisa implicações de natureza concorrencial suscitadas pela aquisição de participação minoritária em empresa concorrente.
Para a autora, em suma, "quando um agente econômico passa a ter um interesse financeiro em uma empresa concorrente, a rivalidade entre elas diminui por parte do adquirente; se o adquirente não auferir qualquer influência sobre a empresa rival, provavelmente a competição entre ambas não será alterada, porém; a rivalidade tende a modificar se a adquirente auferir poder nas decisões corporativas da adquirida."
O enfoque, portanto, recaiu sobre o grau de ingerência da adquirente nas decisões da adquirida. Há, porém, outro aspecto a ser considerado: participação minoritária pode garantir para a adquirente acesso a informações não disponíveis para os demais concorrentes. Decisão concorrencial crucial, que é o investimento (da adquirente, não da adquirida), passa a ser tomada com um nível informação melhor e assimétrico em relação ao mercado como um todo.
Enfim, isso não é tudo e, talvez, nem seja o mais importante, como bem demonstra análise mais detalhada feita por Perossi.
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